A lapis

Eu costumava escrever sobre o que eu sentia num outro caderno, mas sempre a lapis. Era verde, agora é com o que primeiro me vier à mão direita. Vou escrevendo e vivendo... Vocês, me façam o favor de ir lendo e vivendo!

Nome:
Local: Fortaleza, Ceará, Brazil

Eu sou o Danilo. Se vc me encontrou por aqui, visite meu perfil no Orkut para mais detalhes.

18.12.06

Parte II – Em SP (ainda) sem o U2

A viagem do Rio pra Sampa durou exatas 6 horas. A poltrona do ônibus era melhor do que as do avião que me levara de Fortaleza para o Rio. E no ônibus ainda tinha direito a lanchinho, travesseiro, cobertor e poltrona que reclinava tanto que eu nem deitei-a toda. Eu estava realmente descansado.

Quando cheguei na rodoviária de SP meu celular tava descarregado. Descobri que em SP eles tem uns terminais pra você recarregar seu celular ou notebook na própria rodoviária! Que legal! (Êêê matuto!!! :p ) Carreguei o celular, que lá só me servia de agenda telefônica e alarme, pra poder ver o número da minha anfitriã. Liguei pra Dri. Ela tava com virose!!! O Lira, marido dela, se desculpou e perguntou se eu conseguiria chegar na estação de metrô próxima à casa deles que ele me buscaria lá. Lá onde eu desci era bem longe de onde eles moram e ele não poderia se ausentar demais de casa. Ok! Desafio aceito. Eu num tinha idéia de onde ficava porra nenhuma ali, mas vamos nessa! Tá no inferno, abraça o capeta!!! Desci pra estação de metrô que fica embaixo da rodoviária. Peguei um folheto informativo e perguntei a umas 3 ou 4 pessoas só pra ter certeza que eu tava no caminho certo. Tudo Ok. Vila Madalena, lá vou eu!


Chegando na estação de Vila Madalena eu ligo pra casa da Dri. Em 10 minutos o Lira aparece no Renault que a Dri havia comprado aqui em Fortaleza antes de se mudar. As coisas voltavam a ser um pouco mais familiares.

Cheguei no apartamento deles e me instalei no escritório. Bem, leitura não me faltaria se eu ficasse ali por uns 10 anos trancafiado. A Dri tava no quarto e só me cumprimentou uns 40 minutos depois de eu ter chegado. Ela tava com uma carinha de dar pena. O Lira é uma figuraça. Ficamos de conversa por uns minutos antes dele voltar pro quarto pra ficar com a Dri (que tava mesmo bem mal).


(Daqui em diante o texto foi escrito depois de quase um ano dos acontecimentos narrados)


No dia seguinte, recebemos a visita da Neide (ou Neidoca pros chegados). Amiga da Dri e do Lira, trabalhava com a Dri na Abril. Figura que de tão carismática, a Dri me apresentou pelo Messenger e daí nasceu uma amizade. Estávamos nos conhecendo pessoalmente ali, mas já nos falávamos como velhos conhecidos. E ela seria naquele dia a minha anfitriã paulista (apesar de mineira), por conta da virose da Dri.


Eu e a Neide sairíamos pra buscar meu ingresso pro show do U2 no Pacaembu naquela manhã. Andamos um trecho, pegamos metrô, andamos outro trecho cheio de altos e baixos e encontramos o estádio. Engraçado é que São Paulo é mais arborizada do que imaginava. Cheia de árvores, de gramados. Vá lá que tem asfalto que só uma “pourra” (TM Candice), mas nem precisa virar o rosto pra ver verde junto ao preto asfalto.




Ingresso na mão,



eu e a Neidoca fomos almoçar num Self Service no Centro. Comidinha gostosa, conversa a mil. Lembro de ter brincado com a moça do caixa e ela ter ficado meio vermelha de vergonha. A Neidoca riu e me informou que o povo às vezes era meio estranho a tiradas mais bem humoradas, tão grande era o nível de concentração no trabalho. Enfim, ríamos da situação, apesar de a atendente não ter entendido de onde vinha o humor e continuar a atender roboticamente os próximos clientes da fila.



Bom, de lá fomos na 25 de março. Eu tentava comprar um celular com câmera no preço e ela um presente pro noivo dela. Nem eu, nem ela conseguimos comprar nada (significativo) pra ninguém. Enfim, descobri o quanto um coreano pode ser chato, que o esquema dos “rapa” correndo com sacos pretos nas mãos beira o ridículo e que a 25 de março, enfim, num é nada demais. O Beco da Poeira é muito mais divertido! :p


Alguns calos nos pés anunciavam a hora de ir pra casa. Meu All Star novo ainda não estava devidamente amaciado e estava precisando de um descanso. Eu e a Neide voltamos pro ap da Dri. A Dri tava doente, mas trabalhando em casa. Quem eu finalmente pude rever ao chegar no ap da Dri, foi a Emília. Pra quem ainda não sabe a Emília é a filha da Dri com o Lira. Ela é a coisa mais linda do mundo inteiro e eu babo absurdamente por ela! Ela não se acostumou muito a mim nos 3 dias que passei por lá, mas conseguimos nos divertir um pouco.


No final da tarde de segunda feira eu apenas dei um rolé no bairro, comprei umas revistas falando dos shows dos Stones e do U2 e umas cervejas pra me acompanharem na transmissão pela TV do 1º show do U2 lá no Morumbi. Voltei pro prédio onde a Dri morava, mas não subi. Fiquei sentado num banquinho, tomando cerveja, fumando meu mentolado e lendo as revistas que acabara de comprar.



O tempo passava devagar, mas ao chegar a hora da transmissão pela TV já fazia um friozinho ali na varanda da Dri. Ela trabalhava no quarto onde eu estava hospedado e o Lira e a Emília dormiam na suíte do casal. Eu, minhas cervejas e minha carteira de mentolados acompanhamos o show sem muita emoção até “I Still Haven't Found What I'm Looking For”. Durante essa música comecei a lembrar do dia 30 de março de 1988, quando ao sair do colégio, parei numa loja de discos para comprar o vinil do The Joshua Tree e me dei conta que haviam se passado 18 anos desde então! E que no dia seguinte eu estaria finalmente realizando um dos meus grandes sonhos, ver o U2 ao vivo, no meu país. A frase exata que passou pela minha mente meio alcoolizada nesse momento, antes de eu começar a chorar era: “Amanhã é a minha vez! Amanhã é o meu dia!”. Amanhã...



continua...